Que venham seus olhos, suas mentes, suas vozes e através de suas interpretações modifiquem minhas intenções iniciais.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Solitário Infinito

Sou um solitário sem fim
Da solidão sou o jardim
Sobre o solo fértil da minha epiderme
Inserem-se as raízes dos sentimentos que sozinho plantei
Sentimentos que nesse inverno,
Demonstram-se secos em galhos vazios
Galhos que florirão na próxima primavera
E se reproduzirão em outros que descansarão em suas sombras,
saborearão de seus frutos,
marcarão erroneamente seus nomes nos caules

Sou solitário sem fim
Desde o meu nascimento é assim
Laços desatados com facilidade
Não aprendi a dar nós de marinheiro
Os abraços que recebo duram menos que deveria
As visitas rápidas não chegam a incomodar
Dos grupos fechados me vejo de fora
Na roda de amigos não sou uma fração


Sou solitário sem fim
Tal solidão embrulharam pra mim
Papel de seda, fita vermelha
Elo único de uma corrente imaginária
Peça rara sem encaixes visíveis
Engrenagem à procura de uma máquina
Dos crimes sou testemunha e não cúmplice
Os segredos que sei ninguém me contou
As novidades o espelho indica
Minha sombra única seguidora
Que me abandona na ausência da luz